Participar e conduzir degustações guiadas de azeite me apresentaram um novo mundo: o mundo sensorial dos alimentos.
Os alimentos podem nos remeter a sensações, como por exemplo, uma época da infância, seu prato favorito feito por uma pessoa querida ou aquela comida sensacional que te lembra uma viagem inesquecível.
Essas sensações fazem parte da nossa BIBLIOTECA SENSORIAL!
E o mais incrível! Descobri que podemos aumentar essa nossa biblioteca com alguns passos simples e transformar as degustações em verdadeiras experiências sensoriais.
Segue um texto inspirado em um artigo muito legal do @surradelupulo com algumas dicas:
De que maneira podemos criar, treinar e organizar a biblioteca sensorial da forma correta?
1º Passo – Ser curioso e estar aberto às novas descobertas é fundamental;
2º Passo – Narinas e paladar limpos são essenciais;
3º Passo – Antes de comer qualquer alimento (fruta ou comida) – cheire-os in natura, leve seu tempo para perceber as sensações e características;
4º Passo – Repita algumas vezes o nome desse alimento enquanto isso;
5º Passo – Prove o sabor do alimento que você estava cheirando. Novamente fique atento para a textura e sensação na boca. Siga repetindo o nome mentalmente.
Esse pacote de ações ajudará o seu cérebro a registrar e alocar esse aroma e sabor em lugares que ele acessará mais fácil; até no processo de identificação dos sabores numa cerveja.
Comece pelo simples!
O treinamento da sua biblioteca sensorial é uma ação contínua e como em tudo que aprendemos, precisamos começar com coisas básicas e do nosso dia a dia.
Busque frutas, temperos e fragrâncias que você já conheça e faça esse treino mais focado. Evolua pouco a pouco, sempre buscando o próximo degrau.
Uma boa dica é que depois de algum tempo estudando e aperfeiçoando sua biblioteca, você poderá visitar feiras livres na sua cidade e se surpreender pela variedade de frutas, temperos, cores, aromas, sabores e texturas. É encantador.
Atenção antes dos treinos
Alimentos de sabor forte roubarão a sua percepção. É possível limpar o paladar com rodelas de pão branco, sorvetes de sabor neutro e, claro, com água na temperatura ambiente.
– Fumar – a nicotina e a fumaça são grandes vilões – não apenas à saúde – mas também à degustação.
– Pasta de dente – estar com a boca limpa é essencial, mas o gosto mentolado da pasta influenciará na percepção correta.
– Perfumes ou outros cheiros intensos – você não quer confundir o seu olfato, né? Para limpar o olfato, cheirar um pequeno punhado de grãos de café pode ajudar.
Prove e, se possível, escolha azeite Extravirgem: um azeite de oliva extravirgem genuíno não apresenta defeitos no seu aroma e/ou sabor. Quando você provar um azeite, verifique se ele tem consistência fluida e gosto agradável. Existem casas que oferecem degustação de azeites, então aproveite. O bom azeite deve possuir sabor fresco, frutado e herbal.
Data de fabricação: diferente dos vinhos, o azeite de oliva quanto mais novo melhor. Procure sempre consumir azeites frescos.
Origem: verifique se o local de envase é o mesmo de onde foi produzido. O método de produção do azeite de oliva está diretamente relacionado com a sua qualidade. Por isso, saber a origem do produto e os dados do produtor é sempre uma informação importante.
Coloração do vidro: vidros escuros protegem o produto, fuja de vidros transparentes, pois a luz é um dos fatores que prejudicam a qualidade dos azeites.
Conheça a loja onde compra: tenha certeza de que o mercado ou a loja mantenham a prateleira dos azeites em local arejado e longe da luz do dia. Tanto o calor quanto a luz são fatores que oxidam o óleo e o fazem perder qualidade mais rapidamente.
Observe o rótulo: fique atento às pequenas letras do verso da embalagem. Alguns azeites são propagandeados como extravirgem na frente da embalagem e atrás, com letras pequenas, é explicado que o produto é refinado, ou seja, possui mistura de óleo.
E lembre-se sempre: o Azeite Extravirgem traz verdadeiros benefícios para a saúde, o que não ocorre com óleos compostos.
A extração dos azeites Gamarra é feita como antigamente, em uma prensa mecânica, que foi desenvolvida pela nossa equipe.
A extração de azeites atualmente é feita em sua maioria pelos maquinários modernos de fluxo contínuo. No entanto nós, dos Olivais Gamarra, optamos por utilizar uma prensa mecânica que foi desenvolvida e aprimorada pela nossa equipe visando extrair azeites extravirgem com excelência em qualidade e sabor.
Vamos contar para vocês como é o processo de extração dos nossos azeites nesta matéria.
São 3 fases principais. Trituração das azeitonas, bateção e prensagem.
Antes das azeitonas serem trituradas elas são lavadas e pesadas. Depois seguem para o triturador com caroço e tudo. Elas são trituradas e formam uma massa.
Na fase 2 a massa de azeitonas trituradas é batida para que o azeite se solte.
Enfim monta-se a prensa de camada em camada, com bastante paciência, mas com agilidade, para que o azeite não fique muito tempo em contato com o ar.
fase 1: as azeitonas são trituradas
fase 2: a massa de azeitonas é batida
fase 3: A prensa é montada
Nossa prensa mecânica foi desenvolvida pensando nos mínimos detalhes. Todo equipamento que entra em contato com as azeitonas, massa de azeitonas e azeite é feito em inox. Os antigos capachos foram substituídos por telas que são repostas todos os anos.
Optamos por colher as azeitonas bem verdes. Assim obtemos um azeite mais intenso e com mais propriedades funcionais, com mais quantidade de polifenóis e antioxidantes. Sem contar no sabor, que é extremamente fresco e aromático.
Para fazer 1 litro de azeite são necessários cerca de 10 kilos de azeitonas.
Ao montar as camadas da prensa o azeite começa a escorrer.
Este equipamento foi batizado pela nossa equipe como pica-pau. É aonde acontece a primeira decantação do azeite Gamarra.
Podemos observar o azeite escorrendo na prensa.
Azeite Gamarra e as medalhas
Em 2019 enviamos nosso azeite pela primeira vez para o concurso Brazil International Olive Oil Competition e para nossa felicidade ele recebeu medalha de prata. A partir de então já foram mais 2. Bronze em 2020 e prata novamente em 2021. Isso comprova que estamos no caminho certo!
A Folia de Reis, ou Festa de Reis, é uma celebração tradicional cristã originária na Espanha e Portugal e trazida para o Brasil por volta do século XIX. Considerada uma manifestação folclórica, embora no Brasil seja uma festa de menor peso que outras tradições cristãs como a páscoa e o natal, ainda é muito presente no imaginário coletivo principalmente em Minas Gerais.
A Folia de Reis é a primeira grande tradição cristã do ano, e uma festa importante para a cultura e folclore brasileiro.
História do Reis Magos
A celebração da Folia de Reis está associada com a comemoração da visita dos três reis magos, Belchior, Baltazar e Gaspar, à Jesus.
De acordo com a história da tradição, Belchior, Baltazar, Gaspar seriam sábios vindos do Oriente que receberam em sonho a informação que estaria para nascer o novo messias e, guiados por uma estrela (a Estrela de Belém), fizeram a peregrinação de seis dias para Jerusalém. Logo antes de chegarem a Jerusalém os três reis teriam se encontrado com o imperador Herodes e compartilhado que estavam a caminho de presenciar o nascimento do menino.
Após o nascimento e após deixarem os presentes ao menino Jesus (incenso, mirra e ouro), os Reis teriam sido avisados por meio de sonhos mais uma vez que se voltassem pelo mesmo caminho que tinham vindo, Herodes os ia perseguir, por estar se sentindo ameaçado pelo possível nascimento de um messias.
Os reis então teriam se fantasiado e separado, tomando outros caminhos de volta ao Oriente em festa, passando pelas cidades cantando e comemorando o nascimento de Jesus.
Simbologia
Existe uma certa simbologia associada à história dos Reis. Quando se é falado que os Reis eram “Magos” ao contrário do que podemos pensar eles não seriam feiticeiros. O termo “mago” era usado para pessoas sábias e com conhecimento em astronomia. Faria sentido pensar nos três astrônomos sendo guiados por uma estrela. A estrela de Belém, por sua vez, pode ser interpretada como a estrela D’Alva, que é a primeira estrela a ser visível de noite e que na realidade não é uma estrela, e sim o planeta Vênus.
Os presentes entregues a Jesus também carregam significado: a mirra é um composto usado em embalsamentos, representando a ressurreição e a imortalidade. O incenso era comumente usado dentro de templos e normalmente só sacerdotes eram presenteados com incenso, representando a divindade do menino e a fé. O ouro representa a realeza de Jesus, o rei dos judeus.
A Folia
Atualmente a Folia de Reis no Brasil é comemorada por uma peregrinação de doze dias, começando na véspera de natal e terminando no dia 6 de Janeiro, o Dia de Reis. De acordo com o IEPHA/MG (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), apenas em Minas Gerais estão cadastradas mais de mil companhias de Folias, sendo a maioria delas em devoção aos Santos Reis, mas algumas também devotas de outros Santos e que comemoram em outros períodos do ano.
Tradicionalmente o grupo de Folia passa de cidade em cidade, casa em casa, dançando, fazendo música e comemorando. Alguns grupos ainda seguem a regra de não voltar com a bandeira uma vez que ela passa, fazendo alusão à perseguição de Herodes aos Reis.
A companhia possui alguns personagens para a festança: três pessoas saem personificadas dos três Reis Magos; normalmente três pessoas saem de Bastiões (ou palhaços), que são os que protegem a bandeira do grupo; o Coro, composto pelos que tocam os instrumentos e cantam; o Mestre (ou embaixador), que guia e coordena a Folia; o Festeiro, que é normalmente a pessoa a qual a residência é a saída e chegada da Folia; e o Bandeireiro (ou alferes da bandeira), que carrega a bandeira da companhia. A bandeira representa diretamente o menino Jesus e é feita de pano brilhante e colada uma estampa de quem o grupo é devoto.
No final da peregrinação tem a Festa dos Reis, onde as comemorações variam de acordo com a região do país.
Sobre a autora
Taina Bianco Ferreira é Bacharela em Artes e Design pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Está se especializado em Artes Visuais e atualmente é bolsista no Fórum da Cultura de Juiz de Fora no projeto Museu da Cultura Popular.
A Folia de Reis, ou Festa de Reis, é uma celebração tradicional cristã originária na Espanha e Portugal e trazida para o Brasil por volta do século XIX. Considerada uma manifestação folclórica, embora no Brasil seja uma festa de menor peso que outras tradições cristãs como a páscoa e o natal, ainda é muito presente no imaginário coletivo principalmente em Minas Gerais.
A Folia de Reis é a primeira grande tradição cristã do ano, e uma festa importante para a cultura e folclore brasileiro.
História do Reis Magos
A celebração da Folia de Reis está associada com a comemoração da visita dos três reis magos, Belchior, Baltazar e Gaspar, à Jesus.
De acordo com a história da tradição, Belchior, Baltazar, Gaspar seriam sábios vindos do Oriente que receberam em sonho a informação que estaria para nascer o novo messias e, guiados por uma estrela (a Estrela de Belém), fizeram a peregrinação de seis dias para Jerusalém. Logo antes de chegarem a Jerusalém os três reis teriam se encontrado com o imperador Herodes e compartilhado que estavam a caminho de presenciar o nascimento do menino.
Após o nascimento e após deixarem os presentes ao menino Jesus (incenso, mirra e ouro), os Reis teriam sido avisados por meio de sonhos mais uma vez que se voltassem pelo mesmo caminho que tinham vindo, Herodes os ia perseguir, por estar se sentindo ameaçado pelo possível nascimento de um messias.
Os reis então teriam se fantasiado e separado, tomando outros caminhos de volta ao Oriente em festa, passando pelas cidades cantando e comemorando o nascimento de Jesus.
Simbologia
Existe uma certa simbologia associada à história dos Reis. Quando se é falado que os Reis eram “Magos” ao contrário do que podemos pensar eles não seriam feiticeiros. O termo “mago” era usado para pessoas sábias e com conhecimento em astronomia. Faria sentido pensar nos três astrônomos sendo guiados por uma estrela. A estrela de Belém, por sua vez, pode ser interpretada como a estrela D’Alva, que é a primeira estrela a ser visível de noite e que na realidade não é uma estrela, e sim o planeta Vênus.
Os presentes entregues a Jesus também carregam significado: a mirra é um composto usado em embalsamentos, representando a ressurreição e a imortalidade. O incenso era comumente usado dentro de templos e normalmente só sacerdotes eram presenteados com incenso, representando a divindade do menino e a fé. O ouro representa a realeza de Jesus, o rei dos judeus.
A Folia
Atualmente a Folia de Reis no Brasil é comemorada por uma peregrinação de doze dias, começando na véspera de natal e terminando no dia 6 de Janeiro, o Dia de Reis. De acordo com o IEPHA/MG (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), apenas em Minas Gerais estão cadastradas mais de mil companhias de Folias, sendo a maioria delas em devoção aos Santos Reis, mas algumas também devotas de outros Santos e que comemoram em outros períodos do ano.
Tradicionalmente o grupo de Folia passa de cidade em cidade, casa em casa, dançando, fazendo música e comemorando. Alguns grupos ainda seguem a regra de não voltar com a bandeira uma vez que ela passa, fazendo alusão à perseguição de Herodes aos Reis.
A companhia possui alguns personagens para a festança: três pessoas saem personificadas dos três Reis Magos; normalmente três pessoas saem de Bastiões (ou palhaços), que são os que protegem a bandeira do grupo; o Coro, composto pelos que tocam os instrumentos e cantam; o Mestre (ou embaixador), que guia e coordena a Folia; o Festeiro, que é normalmente a pessoa a qual a residência é a saída e chegada da Folia; e o Bandeireiro (ou alferes da bandeira), que carrega a bandeira da companhia. A bandeira representa diretamente o menino Jesus e é feita de pano brilhante e colada uma estampa de quem o grupo é devoto.
No final da peregrinação tem a Festa dos Reis, onde as comemorações variam de acordo com a região do país.
Sobre a autora
Taina Bianco Ferreira é Bacharela em Artes e Design pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Está se especializado em Artes Visuais e atualmente é bolsista no Fórum da Cultura de Juiz de Fora no projeto Museu da Cultura Popular.
O Extrato da Folha de Oliveira é um suplemento alimentar natural, feito com as folhas de oliveira (Olea europaea L.). Elas são ricas em um composto fenólico chamado oleuropeína, que tem alto poder antioxidante, propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e antivirais. Além de possuir uma atividade de proteção vascular, ajudando a reduzir a pressão arterial.
As propriedades curativas da folha da oliveira já eram conhecidas no antigo Egito e são usadas como medicamento tradicional em diversos países pelo mundo.
As folhas de oliveira Gamarra são colhidas manualmente nos pomares dos Olivais Gamarra, na serra da Mantiqueira, Baependi, sul de Minas Gerais. O tratamento das oliveiras nas plantações é feito sem uso de agrotóxicos.
Para que serve
O Extrato da Folha de Oliveira usado continuamente trás muitos benefícios para a saúde. Usado tradicionalmente para dar suporte ao sistema imunológico, reduzir a pressão arterial, proteção ao sistema digestivo, ajuda a aliviar os sintomas de gripes e resfriados, infecções respiratórias, infecção urinária, candidíase, herpes, dor de dente e gengiva devido as suas propriedades:
Anti-inflamatória;
Antioxidante;
Antimicrobiana;
Desintoxicante;
Imunoestimulante;
Como usar o Extrato de Oliveira
Tomar de 20 a 60 gotas do Extrato de Oliveiira diluído em 50 ml de água de preferência na parte da manhã.
Quem não deve usar
Apesar de apresentar muitos benefícios, o Extrato da Folha de Oliveira Gamarra não deve ser usado por crianças menores de 12 anos e mulheres grávidas por conter álcool.
Atenção!!
O Extrato de Oliveira Gamarra é um suplemento alimentar natural, não é um remédio! Portanto antes de usá-lo sempre converse com seu médico, nutricionista ou profissional responsável!
Bibliografia
Effects of the Olive-Derived Polyphenol Oleuropein on Human Health <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4227229>
De Bock M, Derraik JGB, Brennan CM, et al. Olive (Olea europaea L.) Leaf Polyphenols Improve Insulin Sensitivity in Middle-Aged Overweight Men: A Randomized, PlaceboControlled, Crossover Trial. Nerurkar PV, ed. PLoS ONE. 2013;8(3):e57622. doi:10.1371/journal.pone.0057622.
Romero, M, Toral N, Gomez-Guzman M, Jimenez R. (2015), Antihypertensive effects of oleuropein-enriched Olive leaf extract in spontaneously hypertensive rats. Food Funct. 2016 Jan;7(1):584-93. doi: 10.1039/c5fo01101a.
El SN, Karakaya S (2009) Olive tree (Olea europaea) leaves: potential beneficial effects on human health. Nutr Rev67: 632–638
Navarro Mata, Fransisco J Morales. Evaluation of an Olive leaf extract as a natural source of antiglycative compounds. Institute of Food Science, Technology and Nutrition (ICTAN-CSIC), Madrid, Spain https://doi.org/10.1016/j.foodres.2016.12.017
Pacetta, Cosmo F. Oliveira, a árvore da vida: estudo avançado sobre as folhas de oliveira na modulação da saúde: o antibiótico da mãe natureza. Mogi Guaçu, SP: Ed. Do Autor, 2007.
Nasrollahi Z, Abolhasannezhad M. Evaluation of the antifungal activity of olive leaf aqueous extracts against Candida albicans PTCC-5027. Current Medical Mycology.2015;1(4):3739.doi:10.18869/acadpub.cmm.1.4.37.
Você já ouviu falar dos corredores ecológicos? Sabe o que são e qual a importância deles?
Te convido a ler essa postagem que a Valéria Rocha, bióloga e nossa mais nova parceira, preparou!
Ecologia da Paisagem com as Oliveiras
Tudo na natureza funciona em dimensões ou escalas de paisagem onde os seres vivos conseguem realizar seus ciclos da vida; ou seja, nascem, crescem, se desenvolvem, reproduzem e morrem. Tudo isso acontece em períodos de tempo, de espaços e por relações ecológicas que são diferenciadas em função dessas dimensões.
A paisagem, onde tudo isso está acontecendo, se modifica a depender do espectador… se olharmos através de uma lupa, o que vemos pode ser um pequeno espaço, mas com biodiversidade, relações ecológicas e ciclos de vida acontecendo, porém, numa escala micro. Se olharmos uma foto área, também vemos biodiversidade, relações ecológicas e os ciclos acontecendo, porém numa escala bem maior. Cada fração de espaço, portanto, determina a manutenção dos seres que ali existem.
Mas o que há em comum? Bem, o que há em comum são os fatores que promovem a vida e seus ciclos de existência e que ocorrem em ambas dimensões. Seriam os fatores abióticos como as questões físicas (relevo, altitude, clima), as químicas (disponibilidade de nutrientes, ferohormonios, etc), os fatores bióticos como as questões biológicas (os próprios seres vivos) e as questões ecológicas (as relações entre estes seres e com o meio em que vivem). Estes fatores são interdependentes. A existência de cada um promove a existência do outro e determinará que espécies ocorrerão nestes espaços e dimensões.
Portanto qualquer interferência que necessitamos fazer em um ambiente natural vai alterar esta dinâmica. Desde uma simples alteração, como uma pequena plantação em uma grande floresta, até uma grande plantação que ocuparia uma grande área de um bioma. Nesta ultima situação a mudança afetaria ambas dimensões, pequenas e grandes.
O grande diferencial é como fazermos estas interferências. O ideal é assegurarmos essas relações ecológicas nas duas dimensões ou escalas, ou seja, da micro à grandes paisagens. Para isso as culturas ou plantações que atentam para estas questões contribuem para a manutenção dos ecossistemas associados às suas culturas garantindo o funcionamento e serviços ecossistêmicos essenciais a vida de toda uma região.
Um belo exemplo são os Olivais Gamarra na serra da Mantiqueira, especificamente no Vale do Gamarra no município de Baependi, sul de Minas Gerais. Estes olivais estão inseridos nos fragmentos florestais de mata atlântica de altitude e campos de cerrado de altitude que compõem o vale. Estas plantações da forma como foram planejadas, asseguram a continuidade destes fragmentos formando verdadeiros cinturões ou corredores ecológicos, garantindo, portanto, que as relações ecológicas existentes sejam mantidas em todas as dimensões, pequenas e em grandes escalas do bioma como um todo. Com isso, mesmo com uma interferência na paisagem natural, os serviços ecossistêmicos como mananciais hídricos, micro climas, recursos florestais etc… acontecem e a manutenção da biodiversidade pode ser garantida.
Sobre a autora
Valéria Rocha França da Silva, bióloga e mestre em ecologia aplicada à gestão ambiental pela UFBA. Atuou por 14 anos como coordenadora nacional temática na área de educação ambiental e inclusão social do projeto Tamar. Sempre gostou de trabalhar com conservação integrada a ações socioambientais. Atualmente reside no Vale do Gamarra sendo admiradora e parceira do Olival Santa Maria e das iniciativas sustentáveis do vale.
Um pouquinho mais sobre corredores ecológicos
Corredor ecológico ou corredor de biodiversidade são áreas que unem os fragmentos florestais ou unidades de conservação separados por interferência humana, como por exemplo, estradas, agricultura, atividade madeireira.
O objetivo do corredor ecológico é permitir o livre deslocamento de animais, a dispersão de sementes e o aumento da cobertura vegetal. Ele reduz os efeitos da fragmentação dos ecossistemas ao promover a ligação entre diferentes áreas e permitir o fluxo gênico entre as espécies da fauna e flora. Esse trânsito permite a recolonização de áreas degradadas, em um movimento que de uma só vez concilia a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento ambiental na região.
Para saber mais acesse:
O que são corredores Ecolológicos. DicionárioAmbiental. ((o))eco, Rio de Janeiro, ago. 2014. Disponível em: <https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28538-o-que-sao-corredores-ecologicos/>. Acesso em: 20.03.2021.
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